quinta-feira, 10 de novembro de 2011

CAMPANHA : NÃO FIQUE CALADO !!!!

Todos os dias tenho que aguentar as notícias no jornal sobre políticos corruptos, um judiciário que funciona mal, a calamitosa saúde pública, um trânsito que ceifa a vida dos nossos filhos, uma segurança pública que deveria passar a se chamar mais adequadamente de "insegurança pública", preços abusivos, pessoas irresponsáveis, bandidagem descarada e impune e outras coisas igualmente desagradáveis !
Quando converso com amigos e conhecidos vejo que a revolta com a atual situação não é só minha. Mas parece que estamos paralisados e muitas vezes coniventes com acontecimentos que poderíamos influenciar, se coragem tivéssemos e não ficássemos calados na hora errada.
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Por exemplo, quando fui pegar minha filha no colégio, vi numa motocicleta um rapaz com uma garotinha na garupa. Nenhum dos dois estava usando capacete, mas vi que ele estava com um, pendurado no braço dele. Apesar de nem conhecer os dois, fiquei preocupada com a situação de perigo completamente ignorada por eles.


Esse já era o décimo-quinto motociclista de hoje que havia visto se arriscando pelo trânsito sem capacete ou roupa adequada e normalmente eu ficaria apenas meneando minha cabeça em silêncio, mas desta vez decidi agir de forma diferente, interferindo. Agarrei a oportunidade quando ele passou ao meu lado e deu uma parada. Abri a janela, dei um sorriso e perguntei gentilmente se não era possível ele dar o capacete para a menina, que eu supus ser a irmãzinha do rapaz, e ainda perguntei se ele não podia depois providenciar mais um, para que os dois pudessem andar mais protegidos. Falei para ele que eu estava me sentindo mal ao ver os dois assim. Pois como resultado, ele sorriu, deu o capacete para a irmã e prometeu que arranjaria um segundo capacete e agradeceu a atenção. 
Preferimos fazer de conta que não estamos vendo e ouvindo. Não gostamos de interferir diretamente em assuntos desagradáveis, muitas vezes por termos medo de que algo "sobre" pra nós, ou que sejamos até agredidos, mas acredito que cada vez mais precisamos da "coragem civil ". Zelar pelo próximo mais fraco, sempre que for possível. 
Sabemos que a vizinha apanha do marido? Que tal tentar entrar em contato com ela, oferecer nosso apoio? 
Estamos vendo uma criança que quer atravessar a rua sem ser na faixa? Que tal ensinar a maneira correta?
Nem sempre vão agradecer nossa interferência, mas algumas vezes faremos a diferença na vida de alguém e é isso que importa. Muitas coisas poderiam ser diferentes e vidas poderiam ser salvas, se nós não fechássemos os olhos, se não tapássemos os ouvidos e se não ficássemos calados.

NÃO FIQUE CALADO!!!







5 comentários:

  1. Eu tbm acho difícil , mas é algo q de fato podemos fazer e funciona!

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  2. Me surpreendi com o rapaz que não foi mal educado. Tem gente que não admite os erros, e quando alguém vai falar algo para o bem dessa pessoa, acha ruim.

    A proposito... você passou quanto tempo mesmo na Alemanha?

    Abraços!

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  3. Jonny, a princípio tbm achei q ele poderia reagir de maneira grosseira, porque é isso q acontece mesmo em muitos casos....por isso tentei abordar a questão como mãe. Cheguei a dizer q tinha um filho na idade dele e q eu como mãe ficaria com coração na mão, se ele andasse sem capacete, ainda por cima com a irma na garupa....deu certo e achei q era um incentivo para mim tbm, de não ficar sempre na minha, em casos assim...é uma tendência global não se "intrometer" nas coisas q nos cercam.Na Alemanha há diversas campanhas nesse sentido e é amplamente discutido, por causa de ataques por parte de jovens em pontos de ônibus ou estacoes de metrô. A campanha fala da importância da "coragem civil".
    ....
    Jonny, passei quase quatro anos...
    Abraços

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  4. É realmente complicado. Penso que o receio da maioria das pessoas é esse, a reação do outro. Nesse caso teríamos que pensar o que é mais importante: o receio de alguma reação ruim ou a possibilidade de evitar algo ruim.

    Abraços!

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