quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Sobre birras e pais ausentes....



Quem pensa que precisamos de novos políticos para mudar os rumos da república, está redondamente enganado! O que realmente precisamos, são novos pais. Compromissados com a árdua tarefa de educar os filhos que decidiram trazer ao mundo de livre e espontânea vontade! Vejam o seguinte caso comigo para ilustrar melhor .
Num domingo qualquer, numa churrascaria qualquer, uma típica família brasileira qualquer: a mãe, o pai, os dois filhos e duas babás , uma para cada uma das crianças. E eu sentada à mesa ao lado. Não preciso bisbilhotar, já que eles fazem uma apresentação involuntária para os demais. A filha mais velha deles deve ter uns três aninhos e está em plena idade da birra. Ela chora e grita com pausas regulares. A babá com a habitual incompetência profissional se mantém ociosa na mesa, por isso a mãe tenta assumir seu papel de educadora. Depois de algumas tentativas frustadas de acalmar a situação , ela decide levar a filha para o carro de castigo. No meio do caminho ela desiste da tarefa , já que a criança implora soluçando, prometendo ficar quieta. As duas voltam à mesa e a mãe manda a babá comprar algodão doce empacotado, como prêmio de bom comportamento, mas invés de alegria ou contentamento, ela arranja outra crise que culmina no arremessamento do pacote em direção da minha mesa.
Quem já teve o prazer de assistir cenas parecidas em restaurantes, supermercados ou outros estabelecimentos públicos, deveria tentar observar mais de perto o comportamento das pessoas adultas envolvidas, porque estes verdadeiros shows de entretenimento do tipo "reality" revelam a trágica incapacidade da maioria dos pais de educar seus filhos. No meu caso da churrascaria por exemplo, pude presenciar um pai, de corpo presente, mas completamente desinteressado e mentalmente ausente, que representava com perfeição a figura do provedor financeiro cujas obrigações se resumiam na contratação de empregados encarregados de cuidar dos filhos.  Durante toda estadia no restaurante não houve nenhuma espécie de diálogo ou interação entre o casal e seus filhos. Ele estava lá apenas para se alimentar e cumprir um papel social teórico, obrigatório e secundário com participação zero, deixando a mãe assumir sozinha o que seria  uma tarefa conjunta.


Reza um ditado popular:
                       Ter filhos é fácil, educá-los é difícil!
Educar não significa apenas arcar com as despesas que naturalmente surgem. Educação é um compromisso sério e permanente que envolve todos os membros de uma família.  Atualmente podemos observar o fenômeno dos pais perdidos, sem direção e sem ação, que não sabem mais como dar limites e que perderam há muito tempo a noção daquilo que se chama respeito. Os que acreditam, que ter o carro do ano, bugigangas eletrônicas e o poder aquisitivo para providenciar os brinquedos mais caros e modernos, seria o suficiente na criação dos filhos e por isso costumam largar a tarefa da educação nas mãos de babás e empregadas domésticas sem formação, das escolas e igrejas.  São  incapazes de repassar valores éticos aos filhos, por não possuir valores além dos materiais e se sentem cansados diante do desafio permanente da dedicação aos filhos.
Educação é a chave de um futuro melhor. Os pais precisam tomar as rédeas da criação novamente, empenhando o papel principal e não o de coadjuvante.
Porque somente assim podemos mudar o futuro do nosso país e do mundo!

Um comentário:

  1. Maravilhoso Texto, concordo plenamente. Há uma enorme ausência de PAIS! Há um vazio de sentimento de interação! O que há é um espaço preenchido com o medo de desapontar os filhos e a ilusão de que a felicidade é um direito, sem o menor esforço ou incentivo para buscá-la!!

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