quarta-feira, 19 de outubro de 2011

otimismo fictício



Ontem a noite fui dar uma folheada na revista Época , que curiosamente fala sobre o otimismo do povo brasileiro. Bem, eu não sei mesmo como vocês se sentem , mas quando eu vejo o jornal não fico exatamente otimista. Meus olhos então ficaram presos num trecho do artigo que eu vou compartilhar aqui com vocês e gostaria saber se vocês vão estranhar tanto quanto eu.
Em 1998, o casal Maricleide dos Santos e Jubiratan Calmon vendia frango em uma feira em São Paulo. Hoje, eles estão separados, mas continuam trabalhando juntos. Jubiratan, de 36 anos, ainda mora na periferia. É dono de diversas barracas. Maricleide, de 40 , também melhorou de vida. Até foi assaltada pela primeira vez em 2007.
 Quem de vocês percebeu a aberração do cotidiano nesse pequeno trecho? Para quem eventualmente não conseguiu ver nada demais vou repetir o trechinho mais importante :
ATÉ FOI ASSALTADA PELA PRIMEIRA VEZ EM 2007!!!
***
Coisas que passaram na minha cabeça de imediato ...em que lugar completamente louco e irreal estamos vivendo se a avaliação do nosso bem-estar, a melhoria da nossa vida, fica a depender de ter sido assaltado??? Se você não foi assaltado ainda meu bem, você não conseguiu nada ainda na vida....
Outra coisa que me passou foi o fato que conheço muita gente humilde sem bens materiais que também já foram assaltados, o que no mínimo é algo contraditório.
Há alguma coisa muito errado acontecendo nesse país e com o povo brasileiro. Ora, quem me conhece sabe que há poucas pessoas no mundo mais otimistas do que eu , mas  isso aqui já não é otimismo ou pessimismo. Isso é a total falta de realidade e um desejo desesperado de projetar mentalmente um lugar fictício, onde todas as coisas ruins são magicamente transformados em coisas boas. Só nesse lugar fictício, ser assaltado pode ser considerado algo muito bom, porque demonstra como você deve estar bem financeiramente. A conclusão real é  que o povo brasileiro não é nem um pouco otimista! Está desesperado, isso sim!

Nenhum comentário:

Postar um comentário